É com satisfação que, mesmo em meio à triste realidade que nos rodeia, chegamos à terceira edição de nossa modesta iniciativa de construção de mais um espaço de reflexão sobre o audiovisual. A REAU espera por dias melhores, mas sabe que a hora é de se guardar para quando o carnaval chegar (e, mais cedo ou mais tarde, ele há de voltar).
Originalmente pensada como uma série de encontros presenciais, a 3ª rodada se adaptou ao tempo real e segue colocando sons e imagens em questão, mas agora de maneira exclusivamente online. Todas as atividades, sejam os cursos, mostras de filmes ou bate-papos, serão virtuais. Muda a plataforma, mas os módulos, os ministrantes-convidados, as mostras e sessões de cinema (entre curta e longas-metragens) seguem os mesmos.
As realizadoras Letícia Simões (BA) e Beth Formaggini (RJ), bem como Marcelo Pedroso (PE) e Emílio Domingos (RJ), exibem seus trabalhos em sessões de cinema online, com bate-papos virtuais. Nos dias seguintes exibem outras obras em cursos gratuitos sobre diversas vertentes do cinema do real. Já a pesquisadora Carla Damião (SP), professora da Universidade Federal de Goiás – com pós-doutorado pela Universidade de Amsterdã, propõe uma investigação sobre as Narrativas de si no Cinema.
A 3ª REAU traz como novidade a sessão Cinema Essencial, dedicada a obras seminais da cinematografia brasileira contemporânea, títulos que de alguma forma propuseram inovações narrativas e/ou técnicas, que testaram os limites da linguagem cinematográfica e lograram mudar o cenário audiovisual nacional, servindo mesmo como modelo para produções que as sucederam: obras que inauguraram movimentos ou “fizeram escola”. O filme escolhido para inaugurar a sessão Cinema Essencial foi Pacific, que será revisitado e novamente debatido 11 anos após seu lançamento.
Além dos cursos e sessões comentadas, a 3ª edição da REAU traz duas mostras: Memória para Uso Diário – O Cinema de Beth Formaggini, com oito títulos, entre longas, médias e curtas; e a mostra REAU Acessível, com filmes com audiodescrição e tradução em língua brasileira de sinais – Libras, pensada como uma maneira de ampliar ainda mais o intercâmbio da rodada com a comunidade goiana.
Seja em busca de entendimento, de encontro e troca, ou mesmo como uma reação possível à(s) realidade(s), a rodada deseja a participação de todas as pessoas que pensam “com” e “sobre” sons e imagens.
Todas as atividades da 3ª REAU são gratuitas e online, mas com vagas limitadas.